Ação Executiva- Antonio Pina Moreira

AÇÃO EXECUTIVA

A ação executiva refere-se a um procedimento legal que permite aos credores cobrarem dívidas após terem obtido uma decisão judicial a seu favor.
É uma etapa fundamental no processo de recuperação de crédito e visa a facilitar a execução das decisões judiciais, tornando o processo mais eficiente.

AÇÃO EXECUTIVA

O processo de ação executiva começa com a existência de um título executivo, que pode ser uma sentença judicial, um acordo extrajudicial ou outro documento legalmente reconhecido como exigível.

Para iniciar a ação executiva, o credor deve apresentar um requerimento executivo ao tribunal competente. Esse requerimento deve incluir informações detalhadas sobre a dívida, o título executivo e outros documentos de suporte.

Uma vez aceite pelo tribunal, o processo de ação executiva permite que o credor solicite a penhora de bens do devedor. A penhora é a apreensão legal dos bens do devedor para satisfazer a dívida.

Os bens penhorados são avaliados por um oficial de justiça para determinar seu valor de mercado. Isso é importante para calcular quanto do valor da dívida pode ser satisfeito com os bens penhorados.

Após a avaliação, os bens penhorados podem ser vendidos em leilão público ou de outra forma, a critério do tribunal. Os recursos provenientes da venda são usados para pagar a dívida e os custos do processo.

Se os recursos provenientes da venda dos bens penhorados forem suficientes para quitar a dívida e os custos, o restante, se houver, é devolvido ao devedor.
Se os recursos forem insuficientes, o credor pode continuar a procurar o pagamento de outros bens do devedor ou por outros meios legais.

O devedor tem o direito de se opor à ação executiva em algumas circunstâncias. O devedor pode contestar a dívida, questionar a validade do título executivo ou efetuar acordos de pagamento.

Em certas situações, como alegações de irregularidades no processo, a execução pode ser suspensa temporariamente até que o tribunal analise as objeções apresentadas pelo devedor.

No processo de insolvência, as ações executivas movidas por credores individuais são suspensas e centralizadas no âmbito do processo de insolvência.
Isso ocorre porque a insolvência envolve uma situação em que o devedor não tem recursos suficientes para pagar todas as suas dívidas, e a lei procura garantir uma distribuição justa dos ativos disponíveis para todos os credores.

Principais Implicações das Ações Executivas em um Processo de Insolvência em Portugal:

  • Quando um devedor é declarado insolvente, as ações executivas individuais movidas por credores são geralmente suspensas.
    Isto significa que os procedimentos de execução que estavam em andamento ou que poderiam ter sido iniciados por credores individuais são interrompidos.
  • Todas as ações executivas pendentes relacionadas às dívidas do devedor insolvente são centralizadas no processo de insolvência.
    O administrador de insolvência nomeado pelo tribunal assume a responsabilidade por administrar a execução dessas dívidas.
  • Por sua vez, os credores devem apresentar seus créditos ao administrador de insolvência, que os verifica e os gradua de acordo com as regras legais.
    Os créditos são classificados em diferentes categorias, com os credores garantidos geralmente tendo prioridade sobre os credores quirografários (não garantidos).
  • O administrador de insolvência é responsável por administrar os ativos do devedor insolvente e vendê-los, se necessário, para satisfazer as dívidas dos credores.
    Os recursos obtidos com a venda são distribuídos entre os credores de acordo com a ordem de prioridade estabelecida pela lei.
  • Após a venda dos ativos e pagamento das despesas administrativas, os recursos disponíveis são rateados entre os credores com base em suas classificações e prioridades legais.
    Os credores garantidos têm preferência sobre os credores quirografários.
  • Quando todos os ativos disponíveis são distribuídos entre os credores e não há mais recursos para pagamento das dívidas, o processo de insolvência é encerrado.
    Em alguns casos, pode haver um perdão parcial das dívidas não pagas, dependendo da situação financeira do devedor insolvente.

Portanto, durante o processo de insolvência, as ações executivas individuais são suspensas e todas as questões relacionadas às dívidas do devedor insolvente são tratadas dentro do processo de insolvência.
Isso visa garantir uma distribuição justa dos ativos disponíveis e evitar que credores individuais ajam por conta própria, o que poderia prejudicar outros credores.
É importante que os credores acompanhem o processo de insolvência e sigam as instruções do administrador de insolvência para proteger seus interesses da melhor forma possível.

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